terça-feira, 20 de abril de 2010

Geração Silenciosa

Comportamento e Características da personalidade

A geração silenciosa, constituída por pessoas com, actualmente, idades compreendidas entre os 65 e os 85 anos, tem como principal característica a constante glorificação do passado. Assim, vivem comparando o presente com o já vivido, elogiando o segundo, o que acaba mesmo por provocar uma atitude negativista e de desleixo face ao que ainda há para viver.

Nesta geração o foque era a família, e por isso, principalmente o sexo feminino dava grande importância à sua constituição. Como consequência estas eram, na maior parte das vezes, numerosas e era na figura masculina que se centrava o poder e a importância do lar. Nesta altura o sexo masculino era bastante possessivo, na medida em que acreditava que a família deveria agir e se desenvolver em função dos seus pontos de vista e opiniões.

De uma maneira geral esta geração era convencional, as pessoas viviam de um modo tradicionalista, seguindo as barreiras sociais pré-estabelecidas, sem as questionar. Tinham como hábito a participação em missas religiosas. Conformistas por natureza, este eram também considerados indivíduos individualistas e pacientes. Para este grupo a pátria era uma referência e, por isso, respeitavam-se enaltecendo os feitos e conquistas do seu povo. A política era vista por estes como respeito máximo de silêncio pessoal. Foram assim vistos e referenciados como exemplos a seguir em gerações futuras.


Acontecimentos Marcantes

Muitos foram os acontecimentos que marcaram a geração chamada de ‘silenciosa’, entre os anos de 1925 e 45, moldando-a e construindo-a em função do que acontecia pelo mundo fora.

Um dos mais importantes eventos ocorridos foi a Segunda Guerra Mundial, iniciada no ano de 1939 e que se prolonga até 1945, provocada pela ascensão de Hitler ao poder (1933) e a consequente expansão da ditadura nazi, que devido ao seu impacto global, vai homogeneizar uma situação de crise e instabilidade a nível social, politico, financeiro, etc…

Em Portugal, este período de tempo foi também ele vivido, maioritariamente, sob um regime de ditadura, conhecido como ‘Estado Novo’. Assim sendo, também no nosso país se viviam tempos difíceis, com escassa liberdade de expressão, baixos rendimentos, grande dedicação ao trabalho, logo, menos qualidade de vida. Neste contexto é importante mencionar a figura central política que dirigiu Portugal durante mais de 40 anos: António de Oliveira Salazar.

Este período de tempo é recordado também pela “Grande Depressão”, situação causada pelo crash na bolsa de valores americana em 1929, afectando toda esta geração, que vai crescer numa América empobrecida e sem estabilidade alguma.
A outros níveis, deve-se mencionar o surgimento da televisão a cores em 1927, a descoberta da penicilina por Alexander Fleming (1928), o falecimento do poeta português Fernando Pessoa em 1935, o inicio datado de 1936 da Guerra civil Espanhola, que se prolonga por 3 anos; a criação da esferográfica (1938); o ciclone de 1940 que destrói Portugal Continental e o arquipélago da Madeira; a queda de Mussolini que desencadeia a guerra entre a Itália e a Alemanha (1943); e o lançamento destrutivo, por parte dos EUA, da primeira bomba atómica contra Hiroxima e Nagasáqui, evento que provoca sequelas ainda visíveis nos dias de hoje, como acontecimentos que marcaram esta geração.

Conquistas sociais importantes

A principal conquista social conseguida por esta geração é, de uma forma maior e abstracta, a emancipação da mulher, que durante os anos de 1925 e 45, obteve alguns direitos como o de voto, de escolarização e de ingressão no mercado de trabalho.

Outra principal conquista foi a Declaração Universal dos Direitos do Homem. Adoptada pela ONU em 1948, acontecimento já ocorrido na geração BabyBoomers, marcando assim a geração silenciosa, com as bases de uma paz futura.
Num contexto geral, foram obtidos mais direitos e cuidados laborais.




Relação com o Mundo do trabalho

Nesta época o trabalho era a grande preocupação das pessoas. A intensidade deste era tanta, que entravam neste mundo cada vez cedo, para poderem ajudar a família, e conseguirem se auto-sustentar. Nesta altura não existiam ‘horários de trabalho’ no seu sentido actual, visto que a hora de saída variava de dia para dia, devido à dimensão e quantidade do trabalho. Segundo o testemunho de alguns, trabalhavam de sol a sol, sem mordomias ou qualquer direito. Para ajudar a família e obter satisfação no trabalho não existiam faltas e a dedicação ao emprego era total.
Dá-se, então, a entrada da mulher na produção industrial, como consequência da ida da figura masculina para a guerra. São esbatidas as diferenças entre sexos em ordem a colocar o trabalho numa posição prioritária.

A produção laboral era, no sentido geral, feita em cadeia e em série e com o surgimento do conceito do taylorismo, deu-se uma estruturação de forma a que haja um aumento dos resultados, em cada vez menos tempo.

Um marco laboral para esta geração foi o reforço do movimento operário e a contestação social que se deu, criando algumas reformas já necessárias.

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